Musicoterapia BH - Dia Mundial da Conscientização do Autismo
A mt. Meiry Geraldo é nossa fiel companheira nos eventos e estudos sobre o tema e está ligada aos grupos de pais e associações de forma ainda mais ampla, pois é mãe de um jovem que apresenta o diagnóstico. Ainda este mês ela irá lançar um livro, escrito em parceria com outras mães: Unidas pelo Autismo.
no Autismo
É importante experimentar o som, a música e ritmo com o grupo em atividades para ampliar nossa percepção sobre o tema:
Mas sabemos que temas relacionado à fala e à linguagem serão abordados; afinal, são aspectos importantes do desenvolvimento humano.
Musicoterapia BH indica!
Ressaltamos aqui uma observação pessoal: principalmente no caso do autismo, que apresenta tantas formas de se manifestar entre os indivíduos com diagnóstico, a clínica se faz soberana. A experiências mostra que esse sujeito, ao fazer música, se torna mais capaz de interagir com o meio, se autorregular e alcançar ganhos globais.
Mas a música não é só previsibilidade, ela pode apresentar um ELEMENTO SURPRESA, que pode ser criado pelo musicoterapeuta durante a a interação sonora. Esses elementos, relacionados aos parâmetros musicais e estritamente ligados aos processos cognitivos, também favorecem a interação. Usando esse recurso podemos trabalhar de forma lúdica e flexível!
No site do Galeria Aut estão alguns artigos sobre o tema. Confirma!
Musicoterapia BH e Galeria Aut em 2018
Cada vez um número maior de crianças recebe esse diagnóstico.
Foi no ano de 1985 que recebemos o primeiro paciente com o diagnóstico de autismo. Desde então, a temática sempre ocupou nosso foco de estudo. Cada dia se estuda e publica mais sobre o assunto, mas precisamos saber ainda mais. Principalmente para poder colaborar de forma efetiva, para que todas as pessoas com autismo possam desenvolver todo o seu potencial.
Muitos se mobilizam e dão urgência para a tarefa de entender por que o autismo esta mudando o rumo da vida de tantas crianças, de tantas mães, de tantas famílias e de toda a sociedade.
O autismo muitas vezes surge depois que a criança soprou as velinhas dos seus primeiros anos de vida. Crianças que já estavam festejando, cantando, interagindo, falando algumas palavras e demonstrando os traços da sua subjetividade vinham se tronando membros ativos e desejantes dentro da família e ocupando o lugar que já existia no imaginário dos pais.
Então esse sopro do destino que chamamos autismo aparece para apagar, ofuscar, embaralhar ou desorganizar os canais de troca com o mundo externo, tornando o desenvolvimento uma outra jornada, muito mais desafiadora.
Uma metáfora ouvida há muito tempo parece martelar na nossa mente. Vamos reconta-la agora, fazendo nossos remendos literários... caindo nos erros inevitáveis de nossa língua pátria... Mas escrever é, para nós, um bom remédio para elaborar as inquietações e acalmar a dor que não deixa de doer. Mesmo depois de 30 anos trabalhando com o autismo, sempre que um novo rostinho entra em nosso coração e em nosso consultório ainda vivemos um pedacinho de angústia diante desse gigante invisível chamado autismo. Na musicoterapia, a criança poderá encontrar, no cantar, no brincar com a música e na experiência com os instrumentos musicais, uma forma de se desenvolver. Então, segue nosso remendo literário:
Era uma vez um vilarejo que cresceu ao lado de um riacho de forte correnteza. Tudo por lá girava ao redor daquelas águas que corriam e corriam sem parar, renovando e mudando, sempre. Tudo era uma eterna novidade, pois as mesmas águas jamais passavam novamente por sob a ponte que ligava as margens. O som das águas cortava as pedras com sua lâmina do tempo e criava uma paisagem sonora que se tornou o fundo musical para todos os demais ruídos daquele lugar.
Certo dia, um grito de criança desceu na correnteza, aparecendo e sumindo pelas águas do rio. Esse som atravessou todas as orelhas, moveu todos os olhos e fez todos os corações e mentes tomarem o rumo da margem, como um grande batalhão.
Não houve mão que não se unisse para salvar a criança e a corrente humana fez cumprir o seu papel, dando ao pequeno o colo quente e refazedor de que tinha direito.
Todos ainda se recobravam do ocorrido e procuravam cuidar da criança, mas outra vez o som infantil de rasgar a alma martelou no tímpano. Dessa vez os gritos estavam mais forte e com nuances de timbres, pois a correnteza fria trazia em rodo mais duas crianças...
Rapidamente as mãos voltaram a se entrelaçar, estavam mais eficientes já que experiência anterior ainda estava fresca e não havia encontrado seu lugar de guardada na tal massa cinzenta. Com mais rapidez e organização todos tralharam e foram salvas mais duas crianças...
Não foi suficiente o tempo de se refazer e de cuidar dos pequenos e novos gritos, agora dodecafônicos, que desciam entoando um som daqueles de que não se tem desejo de lembrar jamais.
As mão geladas e torpes de cansaço tinham que voltar a lutar contra a correnteza e todos se moviam numa cadencia acelerada, como se o tambor do peito estivesse com um metrônomo em pretíssimo que era ouvido por todos.
Foi então que um elo da corrente humana se desprendeu e tomou o rumo na trilha que subia paralela à margem, em sentido contra a correnteza. Todos se surpreenderam e esbravejaram a sua ausência, mas seu argumento era único e fez cada um dos demais vibrar por seu sucesso. A voz decidida do elo desgarrado se fez ouvir em um grito, sem olhar para traz:
Agradecemos e parabenizamos a todos que de alguma forma estão subindo a trilha paralela à margem do rio... todos que estão lutando contra a correnteza e buscam de alguma forma colaborar para construir novas formas a apoiar a pessoa, a família e a sociedade.
Precisamos saber mais sobre esse gigante invisível que se chama autismo.
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