1 de abril de 2015

Musicoterapia BH - Dia Mundial da Conscientização do Autismo




*ABRIL, mês de:
 Conscientizar sobre o autismo!

2019

Raisa Ribeiro - Estudante de Música no Amapá
participou do evento e ganhou no sorteio!

Musicoterapia BH participou mais uma vez das atividades propostas por grupos de pais e demais profissionais das áreas da saúde e da educação. Afinal, informar é sempre o primeiro passo.
                   
Nossa contribuição, uma roda de conversa sobre os benefícios da musicoterapia no TEA! A proposta, realizada em parceria com nossa querida colega mt. Meiry Geraldo do Galeria Aut, com mt. Gabriel Estanislau, vai ser seguida pela apresentação da Ana Carolina Steinkopf, que vai falar sobre a sinfonia diferente!
A mt. Meiry Geraldo é nossa fiel companheira nos eventos e estudos sobre o tema e está ligada aos grupos de pais e associações de forma ainda mais ampla, pois é mãe de um jovem que apresenta o diagnóstico. Ainda este mês ela irá lançar um livro, escrito em parceria com outras mães: Unidas pelo Autismo.

2012, primeira comemoração da data em BH.
Com mt. Meiry Gerlado e seus filhos, Sarah e Arthur.

            Benefícios da Musicoterapia 
                       no Autismo

A proposta é deixar que as perguntas dos presentes e algumas já enviadas pelas redes sociais direcionem a temática.

É importante experimentar o som, a música e ritmo com o grupo em atividades para ampliar nossa percepção sobre o tema:
Fundação de Educação Artística 2019.

Mas sabemos que temas relacionado à fala e à linguagem serão abordados; afinal, são aspectos importantes do desenvolvimento humano.

A habilidade da fala torna simples a expressão da subjetividade do ser e facilita, para o outro e para a sociedade, a compreensão de seus desejos e da sua forma de entender e se comportar no mundo. Mas a fala é uma das formas de expressão. Mesmo na sua ausência toda uma personalidade pode ser construída e estar ávida por se manifestar de alguma forma.



A pessoa autista apresenta com frequência alterações na linguagem e na fala, que se tornam os aspectos de maior demanda nos processo terapêuticos dessa população.

O interesse pela música e até mesmo uma facilidade para tocar instrumentos musicais pode ser observada nas pessoas autistas. É comum o relato dos pais sobre o quanto as crianças, mesmo com poucas expressões de fala funcional, são pequenos cantores, memorizando canções e reconhecendo melodias.


Relato da Mãe sobre a Musicoterapia 
Créditos da entrevista - Alunos do curso de Jornalismo da PUC - São Gabriel.
O áudio faz parte de um trabalho dos universitários sobre o tema.


Ao longo de nossa experiência no trabalho como musicoterapeuta percebemos que o SOM, a MÚSICA e o RITMO são canais de expressão importantes para esses indivíduos.   


Perguntas respondidas durante o evento!
Rolou sorteio! Ficou sem o seu sapo reco-reco?
                                          Loja Virtual #saporecorecomusicoterapiabh

O mt. Gustavo S. Gattino, em seu livro "Musicoterapia e Autismo" (Memnon, 2015), compilou informações preciosas sobre o TEA,  coletadas em vários estudos e de autores diversos. No livro encontramos informações relevantes, tanto sobre  os aspectos neurofisiológicos como sobre fatores bioquímicos encontrados nessa população, e seu trabalho primoroso nos brinda com argumentos que se tornam preciosos. 



                                                             Musicoterapia BH indica!


Torna-se importante entender mais sobre esses assuntos. Afinal, para fazer ciência é necessário sustentar o que se observa na prática clínica com argumentos respaldados por pesquisas realizadas em centros acadêmicos.

Ressaltamos aqui uma observação pessoal: principalmente no caso do autismo, que apresenta tantas formas de se manifestar entre os indivíduos com diagnóstico, a clínica se faz soberana. A experiências mostra que esse sujeito, ao fazer música, se torna mais capaz de interagir com o meio, se autorregular e alcançar ganhos globais.  


 Evento Lagarta Vira Pupa em BH 2014.
Roda de Música Musicoterapia BH.

Um argumento que reforça nossa experiência pode estar relacionado ao fato de a música ser processada principalmente no córtex auditivo primário, região na qual não foram observadas alterações entre os indivíduos que apresentam o autismo. 

A PREVISIBILIDADE encontrada na música e principalmente nas composições simples pode ser um elemento que facilita a compreensão da pessoa com autismo, favorecendo a interação. Por esse motivo, para alguns indivíduos com autismo a música se torna mais interessante do que a sonoridade da FALA, visto que, nas áreas especificas para compreensão de sons específicos, alguns indivíduos apresentam alterações. 

Mas a música não é só previsibilidade, ela pode  apresentar um ELEMENTO SURPRESA, que pode ser criado pelo musicoterapeuta durante a a interação sonora. Esses elementos, relacionados aos parâmetros musicais e estritamente ligados aos processos cognitivos, também favorecem a interação. Usando esse recurso podemos trabalhar de forma lúdica e flexível!


  
               No site do Galeria Aut estão alguns artigos sobre o tema. Confirma!
              Outras iniciativas de apoio ao dia da Conscientização sobre o Autismo nos anos anteriores:
               
              Musicoterapia BH e Galeria Aut em 2018
                    
GRATUITO:

                       Cada vez um número maior de crianças recebe esse diagnóstico.
                      Foi no ano de 1985 que recebemos o primeiro paciente com o diagnóstico de autismo. Desde então, a temática sempre ocupou nosso foco de estudo. Cada dia se estuda e publica mais sobre o assunto, mas precisamos saber ainda mais. Principalmente  para poder colaborar de forma efetiva, para que todas as pessoas com autismo possam desenvolver todo o seu potencial.

                     Muitos se mobilizam e dão urgência para a tarefa de entender por que o autismo esta mudando o rumo da vida de tantas crianças, de tantas mães, de tantas famílias e de toda a sociedade.

                     O autismo muitas vezes surge depois que a criança soprou as velinhas dos seus primeiros anos de vida. Crianças que já estavam festejando, cantando, interagindo, falando algumas palavras e demonstrando os traços da sua subjetividade vinham se tronando membros ativos e desejantes dentro da família e ocupando o lugar que já existia no imaginário dos pais. 
                    
                    Então esse sopro do destino que chamamos autismo aparece para apagar, ofuscar, embaralhar ou desorganizar os canais de troca com o mundo externo, tornando o desenvolvimento uma outra jornada, muito mais desafiadora.

                                       



                     Uma metáfora ouvida há muito tempo parece martelar na nossa mente. Vamos reconta-la agora, fazendo nossos remendos literários... caindo nos erros inevitáveis de nossa língua pátria... Mas escrever é, para nós, um bom remédio para elaborar as inquietações e acalmar a dor que não deixa de doer. Mesmo depois de 30 anos trabalhando com o autismo, sempre que um novo rostinho entra em nosso coração e em nosso consultório ainda vivemos um pedacinho de angústia diante desse gigante invisível chamado autismo. Na musicoterapia, a criança poderá encontrar, no cantar, no brincar com a música e na experiência com os instrumentos musicais, uma forma de se desenvolver. Então, segue nosso remendo literário:


Um gigante invisível chamado autismo.

                     Era uma vez um vilarejo que cresceu ao lado de um riacho de forte correnteza. Tudo por lá girava ao redor daquelas águas que corriam e corriam sem parar,  renovando e mudando, sempre. Tudo era uma eterna novidade, pois as mesmas águas jamais passavam novamente por sob a ponte que ligava as margens. O som das águas cortava as pedras com sua lâmina do tempo e criava uma paisagem sonora que se tornou o fundo musical para todos os demais ruídos daquele lugar.

                    Certo dia, um grito de criança  desceu na correnteza, aparecendo e sumindo pelas águas do rio. Esse som atravessou todas as orelhas, moveu todos os olhos e fez todos os corações e mentes tomarem o rumo da margem, como um grande batalhão.

                    Não houve mão que não se unisse para salvar a criança e a corrente humana fez cumprir o seu papel, dando ao pequeno o colo quente e refazedor de que tinha direito.

                   Todos ainda se recobravam do ocorrido e procuravam cuidar da criança, mas outra vez o som infantil de rasgar a alma martelou no tímpano. Dessa vez os gritos estavam mais forte e com nuances de timbres, pois a correnteza fria trazia em rodo mais duas crianças...

                   Rapidamente as mãos voltaram a se entrelaçar, estavam mais eficientes já que experiência anterior ainda estava fresca e não  havia encontrado seu lugar de guardada na tal massa cinzenta. Com mais rapidez e organização todos tralharam e foram salvas mais duas crianças...

                    Não foi suficiente o tempo de se refazer e de cuidar dos pequenos  e novos gritos, agora dodecafônicos, que desciam entoando um som daqueles de que não se tem desejo de lembrar jamais.

                    As mão geladas e torpes de cansaço tinham que voltar a lutar contra a correnteza e todos se moviam numa cadencia acelerada, como se o tambor do peito estivesse com um metrônomo em pretíssimo que era ouvido por todos.

                   Foi então que um elo da corrente humana se desprendeu e tomou o rumo na trilha que subia paralela à margem, em sentido contra a correnteza. Todos se surpreenderam e esbravejaram a sua ausência, mas seu argumento era único e fez cada um dos demais vibrar por seu sucesso. A voz decidida do elo desgarrado se fez ouvir em um grito, sem olhar para traz:

                    -  Precisamos saber o que, ou quem, está jogando nossas crianças no rio... Precisamos saber sobre sobre esse gigante invisível...



                     Agradecemos e parabenizamos a todos que de alguma forma estão subindo a trilha paralela à margem do rio... todos que estão lutando contra a correnteza e buscam de alguma forma colaborar para construir novas formas a apoiar a pessoa, a família e a sociedade.

             Precisamos saber mais sobre esse gigante invisível que se chama autismo. 






http://omundodepeu.blogspot.com.br/




Mt Líliam Coimbra no Pupanique


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