30 de julho de 2013

Didi - Benedicta Borges de Andrade e a Musicoterapia em Minas Gerais.

        A nossa querida Didi – Benedicta  Borges de Andrade,  precursora da Musicoterapia em Minas Gerais e no Brasil, faleceu e terá a missa de  sétimo dia nesta quinta feira às 19 horas na Igreja de Santo Inácio de Loyola em Belo Horizonte.
          Com ela tive a honra de iniciar meus primeiros estudos em Musicoterapia no ano de 1986, tive que me esforçar muito para que ela me aceitasse como estagiária...
         Seu entusiasmo pela Musicoterapia, sua confiança no ser humano e sua capacidade de criar a partir dos conteúdos sonoros e musicais apresentados pelos pacientes, mantendo sempre o foco no que a experiência musical poderia agregar à vida de cada um deles, será inspiração eterna para todos nós que tivemos o privilégio de conviver com ela.
         Escreveu vários artigos e um livro sobre sua experiência profissional, apresentou trabalhos em vários eventos nas áreas da educação e da saúde, foi professora da cadeira de Musicoterapia no Instituto Izabela Hendrix e recebeu do MEC o título de Notório Saber em Musicoterapia!
       Foi fundadora e presidiu a AMT-MG, Associação de Musicoterapia de Minas Gerais e sempre colaborou palestrando em eventos para divulgar o tema Musicoterapia. Foi a primeira a receber reconhecimento junto aos médicos neurologistas e psiquiatras.
          Fez tudo isso quando o nome Musicoterapia ainda não havia entrado na "Academia Universitária" e tenho certeza que seu trabalho duro, sério e honesto colaborou para o cenário de reconhecimento que hoje beneficia a muitos! Pena que os estudantes que hoje cursam a graduação não tenham tido a oportunidade e a iniciativa de beber desta fonte... 
          Acima de tudo, Didi - nossa "Didinossaura" da Musicoterapia soube viver a felicidade e foi generosa em partilhar sua alegria com todos!
          Nunca vou me esquecer de sua serenata na janela de meu apartamento, em abril de 1995, no primeiro dia em que voltei do hospital com minha filha Isabella que acabara de nascer. Parecia algo cinematográfico... Uma voz doce cantando: “ parece com a mamãe, e com o papai também... parece com a vovó... não... não parece com ninguém...  sua majestade... o neném...” A voz era terma e marota... Era a     Didi, uma vovó grisalha, com um teclado no colo, cantando no meio da rua a plenos pulmões! Será que era Musicoterapia para recém nascidos!? Não... era amizade de verdade, entusiasmo e vivacidade! 
           Quando nossa Didi comemorou seu aniversário de 50 anos de casada eu retribuí a altura! No meio da festa entrei no salão ao som de uma música triunfante, usando uma máscara e uma fantasia estilizada de "cupido"... Levava nas mãos a imagem de dois pombinhos apaixonados e com mímicas e expressão corporal, encenei estar procurando entre os presentes, aqueles que representassem a imagem... quando encontrei Didi e Artur de mãos dadas, entreguei ao casal a imagem dos pombinhos! Que bom que eu fiz isso!
           Em 2005, em um Sarau que fiz entre as amigas para comemorar meus 40 anos, a "danadinha" da Didi deu um show, narrou em Frances a fábula da Cigarra e da Formiga. Claro que na versão muito bem humorada da Didi a cigarra, ao fim da história, se dava para lá bem e se tronava Musicoterapeuta!
            Poderia contar muitos casos e aprendizados...
           Além de muitas outras coisas Didi será sempre o meu exemplo de mulher apaixonada e hoje já deve estar dançando, sapateando e improvisando no céu, com seus amados e muitos Artursss! 
             
                                              Meu carinho e gratidão estão com você!
                                            Evento da AMT-MG



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